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Discografia selecionada
Sem fronteiras!
Jongo, que depois virou um hit violonístico, ga-
Santiago de Murcia: a Portrait – QuadroFrame, 2007
nhando dezenas de gravações mundo afora. A
Contatos – Guitar Solo Publications, 1995
Violão PRO conversou com a violonista, que Mistérios do Rio Lento – com Celso Machado, Voice
nos atendeu de sua casa em Roma e falou de sua
of Lyrics, 1995
É de Lei – Loco, 1994
carreira, atividades atuais e de seu novo CD.
Cristina Azuma no Palácio de la Guitarra – T013, 1993
Cristina Azuma – Produção Independente, 1986
» Violão PRO – Você acabou de gravar um
CD com obras de Santiago de Murcia. Como PARTITURAS EDITADAS
foi a concepção desse CD?
(Todas pela Coleção Cristina Azuma – Editora Henry
Lemoine)
Cristina Azuma – Esse CD foi uma encomen-
6 Choros – Israel Bueno de Almeida
da de Paolo Paolini, excelente guitarrista barroco 3 Brazilian Masters – Soneto em Mi menor
e um dos diretores da companhia Quadroframe,
(Paulinho Nogueira); Perfi l (Hamilton Costa);
Ponteado (Celso Machado)
que concebeu uma coleção de guitarra barroca.
Zamba para Belen, Vals de Primavera – Norberto Pedreira
Ele pensou em mim, pois estava terminando a Terruño – Quique Sinesi
minha tese sobre música barroca e, como havia
Y llego Manuel!, Festejo Suspendido, Dialogando (2 violões) –
Norberto Pedreira
as peças ‘africanas’, ele pensou que eu teria uma
En Valsant (4 violões) – Wagner Amorosino
outra visão da interpretação dessas peças graças Amigo Violão (4 violões) – Philippe Kadosch
ao meu lado popular.
» Como escolheu o repertório? mãos. Com a direita é necessário sentir sem- Jodorowsky, que é um cineasta chileno, disse
Procurei dar uma visão global da obra de Mur- pre as duas cordas e ao mesmo tempo impri- que a obra de um artista parte de uma necessi-
cia, que tem uma dimensão muito maior que a mir um ataque pleno, mas não violento. Com dade visceral de se exprimir, pouco importando
de simples guitarrista ou compositor. Ele escre- a esquerda, é necessário aliviar completamen- se o resultado é bom ou ruim. Eu me identifi co
veu ‘toda a música do seu tempo’, ou seja, não te a tensão a qual estamos acostumados com muito com essa forma de criação. Para mim,
só suas obras e variações sobre temas populares o violão clássico. tudo parte de uma profunda necessidade de ex-
espanhóis, mas também anotava as obras de pressão. E os projetos que dependem de mim
outros compositores de sucesso para guitarra, » Como desenvolveu sua técnica neste se impõem de acordo com meus interesses do
como Robert de Visée ou François Le Cocq, instrumento? momento e sempre com o intuito de dividir
e as introduzia em suas suítes recompostas. Para trabalhar a técnica, encontrei-me duran- alguma descoberta musical com os ouvintes.
Também fazia arranjos de grande sucesso nas te alguns anos com Beatrice Pornon, lutista No primeiro disco, só tocava novos autores
cortes e, pelo fato de possivelmente ter morado e mulher de Rolf Lislevand, um dos maiores brasileiros. Depois veio Contatos, que partia
no México, nos deixou os únicos exemplares especialistas do instrumento. O fato de eu ser da utilização da música do leste europeu pela
totalmente escritos das muecas, zarambeques e violonista e não alaudista foi importante, pois música contemporânea, e possíveis similitudes
cumbees, peças de origem africana que, curio- os alaudistas, em geral, tocam a guitarra barroca com a música nordestina brasileira. Esse disco
samente, se parecem muito com a música de como um alaúde. Todo instrumento de origem teve uma ótima crítica e ganhou uma indicação
Madagascar de hoje. mais popular, ainda mais espanhola, tem certo ao Indie Awards, prêmio da crítica de música
ritmo e vigor necessários à interpretação. E os clássica nos Estados Unidos em 1996. E agora
» Sua formação é de violão clássico. Como é músicos com uma bagagem popular têm isso Murcia. Mas não busco exatamente novos re-
tocar guitarra barroca? mais forte. pertórios. Como intérprete, minha busca é de
Na verdade, a adaptação à guitarra barroca estilo, como tocar a música de cada época, mas
não é evidente para um violonista clássico. » Você já gravou CDs de música popular, também de cada país, tirando o fi o da pesquisa
Com cinco cordas duplas (na verdade qua- crossover, guitarra barroca, e está sempre bus- até a essência e origem das coisas.
tro, pois a primeira é simples), a pressão das cando novos repertórios. Como escolhe o que
cordas é muito menor, o que infl ui nas duas vai gravar? » Você está há vários anos na Europa. Como
avalia sua estadia por aí?
“A obra de um artista parte de uma
Quanto à carreira, foi natural eu ter saído, segui
necessidade visceral de se exprimir, pouco
o fl uxo dos acontecimentos. Graças ao Festival
da Martinica, em 1988, e ao entusiasmo do Leo
importando se o resultado é bom ou ruim. Eu
Brouwer, muitas portas se abriram, inclusive no
me identifico muito com essa forma de criação”
Japão. Graças ao T_h ierry Rougier, que conheci
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