Capa
“N
ão considero que toco violão, com uns 7 anos. Quando cheguei lá, vi » Você tinha um trabalho com o Yanel.
mas
sim que faço música. O aquele pessoal todo calado, com aquele Pensa em retomá-lo?
violão era o que estava mais cara tocando profundamente, o povo en- Por enquanto, não. Foi uma coisa linda:
perto de mim quando era garoto. Se tivesse louquecendo. Quando vi a cena, percebi meu primeiro disco com o meu mestre.
um acordeom, talvez tivesse virado acordeo- que queria fazer isto: tocar violão. Depois Tive a oportunidade de ter um trabalho ao
nista”, disse Yamandu sobre sua relação com descobri uma técnica minha, com uma lado de alguém que me inspirou a tocar. A
o velho pinho. Porém, um certo fetiche, difi culdade danada. Meu grande estudo escola que esse cara fez no Sul é incrível! Ele
inevitável, pelo instrumento sempre existiu. sempre foi tocar músicas difíceis, tipo La mudou a forma de o pessoal perceber o vio-
“O meu pai tinha um respeito pelo violão Catedral, do Barrios. lão, não só a minha, mas de muita gente.
dele... Ele conseguiu comprar um Takami-
ne, que na época era um violão supercaro,
e não me deixava chegar perto. Eu fi cava
louco com aquilo”, lembra Yamandu men-
cionando seu pai, fi gura fundamental na sua
formação musical. Foi com o pai, aliás, que
Yamandu subiu ao palco pela primeira vez,
como cantor mirim do grupo Os Frontei-
riços, e conheceu, anos mais tarde, Lucio
Yanel, seu mestre inspirador. Yamandu an-
dava um pouco distante dos milongas, cha-
mamés e outros gêneros que o consagraram,
pelo menos em seus CDs, pois ultimamente
esteve mais envolvido com projetos de cho-
ro, como o do fi lme Brasileirinho. Porém,
ao lado do violonista Nicolas Krassic e do
contrabaixista Guto Wirti, acaba de lançar
o CD Lida, em que preenche essa lacuna. A
Violão PRO esteve com o violonista, que fa-
lou da carreira, do estilo de tocar e dos novos
projetos. Confi ra a entrevista a seguir.
» Violão PRO – Como foi seu começo no
violão? Seu pai era violonista, não?
Yamandu Costa – Sim, meu pai era apaixo-
nado por violão, tocava bem. Ele tinha um
grupo musical chamado Os Fronteiriços.
Com uns 5 anos, entrei no grupo como can-
“Não considero
tor mirim, cantávamos músicas regionais.
Algum tempo depois, comecei a pegar o vio-
que toco violão,
lão dele escondido. Aprendi uma levada de
mas sim que faço
mão direita olhando um cara tocar e aquilo
música. O violão
fi cou na minha cabeça muito fácil. A pri-
meira coisa que fi z no violão foi essa batidi-
era o que estava
nha de mão direita. E aí começou a história.
mais perto de
Primeiro foi acompanhando.
mim. Se tivesse
» E o Lucio Yanel, como entra nessa história?
um acordeom,
O Lucio Yanel era muito amigo do meu
talvez tivesse virado
pai. Uma vez fui assistir a um concerto
acordeonista”
dele numa rádio em Porto Alegre, isso
22
Page 1 |
Page 2 |
Page 3 |
Page 4 |
Page 5 |
Page 6 |
Page 7 |
Page 8 |
Page 9 |
Page 10 |
Page 11 |
Page 12 |
Page 13 |
Page 14 |
Page 15 |
Page 16 |
Page 17 |
Page 18 |
Page 19 |
Page 20 |
Page 21 |
Page 22 |
Page 23 |
Page 24 |
Page 25 |
Page 26 |
Page 27 |
Page 28 |
Page 29 |
Page 30 |
Page 31 |
Page 32 |
Page 33 |
Page 34 |
Page 35 |
Page 36 |
Page 37 |
Page 38 |
Page 39 |
Page 40 |
Page 41 |
Page 42 |
Page 43 |
Page 44 |
Page 45 |
Page 46 |
Page 47 |
Page 48 |
Page 49 |
Page 50 |
Page 51 |
Page 52 |
Page 53 |
Page 54 |
Page 55 |
Page 56 |
Page 57 |
Page 58 |
Page 59 |
Page 60