Erudito
Sem fronteiras!
Radicada há 18 anos da Europa, Cristina
Azuma lança CD dedicado à obra de Santiago
de Murcia, em que mostra suas habilidades
com a guitarra barroca
Por Fábio Carrilho e Gilson Antunes
Fotos: Herve Vilieu
Existem músicos que passam a vida inteira explorando
uma linguagem de repertório, por vontade própria ou
imposições mercadológicas, e acabam sendo rotulados
por isso, para o bem ou para o mal. Outros fazem da
busca por novos horizontes a cada trabalho de-
senvolvido sua grande virtude e criam, a partir
desse ecletismo, uma sólida identidade artística.
A violonista brasileira Cristina Azuma pertence
a esse segundo grupo, pois cada um de seus discos retrata bem descobertas
musicais particulares, que ela faz questão de dividir com os ouvintes. Mo-
rando desde 1990 na Europa — primeiro em Paris e atualmente em
Roma —, Azuma é hoje a violonista brasileira de maior destaque
no exterior, com discos lançados por importantes selos e dezenas de
recitais realizados pelos quatro continentes. Especialista em música
barroca, Azuma é doutora pela prestigiada Universidade Paris-
Sorbonne e acaba de lançar o belíssimo CD Santiago de Murcia
– a Portrait, dedicado a obras do compositor espanhol.
P
aulistana do bairro da Bela Vista, Cristi- já estava de volta a São Paulo, tendo aulas com
na Azuma começou a estudar violão bem Paulo Porto Alegre, Henrique Pinto e Edelton
cedo, quando estava ainda na escola primária. Gloeden, a ‘nata’ dos professores paulistanos.
“Minha prima, a Renata Montanari, que “Aos 18 anos decidi entrar na USP. Em 1983, o
hoje é guitarrista jazz, começou na mes- curso superior de violão não existia. Fico feliz de
ma época e trocávamos ritmos, acordes”, ter participado dessa fase de mudança de men-
lembra a violonista, cuja avó participou de talidade, para a qual creio que a nossa geração
alguns saraus com um tal de Barrios tocan- infl uiu bastante. No fi nal dos meus quatro anos,
do violão, mas isso é outra história. Aos 10 o curso de violão já era oferecido“, recorda. No
anos, Azuma mudou-se com a família para início de sua carreira, Azuma teve parcerias im-
Belo Horizonte, onde estudou com Hugo portantes com Paulo Bellinati e Celso Machado.
Luiz de Azeredo Continho. Na adolescência, De Bellinati, aliás, foi a primeira a gravar a peça
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