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Tem um menino novo aí, o Karai Guedes, DISCOGRAFIA SELECIONADA
que é fruto da escola do Lucio e da minha

também. Penso em fazer um trio gaúcho de
Solo/Duos
violões daqui a um tempo. Tem também o
✓ Lida – Independente, 2007
Arthur Bonilha. Esse tem 23 anos e ‘come’ ✓ Yamandu + Dominguinhos – com Dominguinhos, Biscoito Fino, 2007
o instrumento. ✓ Ida e Volta – GHA, 2007
✓ Tokio Session – 3D, 2006
» Você chegou a estudar clássico?
✓ El Negro Del Blanco – com Paulo Moura, Biscoito Fino, 2004
Cheguei a tocar alguma coisa. Meu pai era
✓ Yamandu ao Vivo – Independente, 2003
um cara muito teórico, aprendi a ler com ele,
✓ Yamandu – Eldorado, 2002
apesar de ler muito mal hoje em dia! Aprendi
✓ Dois Tempos – com Lucio Yanel, ACIT 2001
a ler para tirar as músicas e conhecer como
funcionava o violão. Meu pai tinha estudado
DVD
da maneira que pôde. A formação dele era
✓ Música do Brasil – Independente, Vol. 1, 2005
meio popular, mas sabia ler. Eu tocava bas-
✓ Brasileirinho – Rob Digital, 2007
tante Barrios, Lauro, coisas sempre ligadas à
✓ Yamandu Costa ao Vivo – Biscoito Fino, 2005
música popular, nunca tive a pretensão de
ser um violonista clássico. Nos bailes com
Os Fronteiriços, tocava também guitarra
elétrica. Desenvolvi uma técnica de palheta-
da e comecei a conhecer o instrumento tam-
bém como guitarrista. Quando você começa
a entrar em um mundo musical um pouco
mais desenvolvido, já vem o jazz. Entrei nes-
sa onda também, tirava umas frases, ouvia
George Benson, Wes Montgomery. Quando
tinha uns 13 anos, fomos morar em Mato
Grosso. Tocava música brega, country, Ro-
berto Carlos, carnaval, em festa de peão. Eu
tinha de tirar aqueles solos de guitarra.
» Quando começou a tocar violão de Não penso muito nisso. O violão é um ins- como o mundo de violão é pequeno. É um
sete cordas? trumento que lhe dá possibilidade de mos- mundo louco, apaixonado por esse instru-
Até os 17 anos, só tocava violão de seis trar o que você sente. Nunca tive um mito mento ingrato, difícil de tocar e que bitola
mesmo. Eu gostava muito daqueles gra- do violão na cabeça. Tive alguns ídolos, tipo as pessoas. Enxergando tudo isso de fora,
ves que escutava na música do Raphael Raphael, Lucio, Paco de Lucia, mas nunca você acaba percebendo que não é uma coisa
Rabello, foi um cara que me infl uenciou tive aquele mito que as pessoas têm. Tenho importante. Eu toco violão? Sim. Mas não
bastante. Uma vez vim a São Paulo tocar a consciência de que infl uencio a moçada, acho nada demais. Nunca pensei na ques-
no festival Chorando Alto, do Sesc. Uma mas falo que não toco violão. Não penso tão de limpeza do som. Não é uma preocu-
noite, acabamos indo para a casa de um nele como um violão. Às vezes, toco forte pação, pois, como disse, não considero que
cara, o Mario Eugênio, para tocar. Che- pra caramba, penso nele como uma percus- toco violão, mas sim que faço música. O
gando lá, ele tinha um Munhoz de sete são. Às vezes, estou cantando e fazendo um violão era o que estava mais perto de mim.
cordas, uma madeira ótima, aquele som improviso. É uma coisa natural, mas nunca Se tivesse um acordeom, talvez tivesse vi-
temperado. Quando toquei aquela sétima tive um mito. rado acordeonista. Sou sujo, mas escuto
corda, fi quei apaixonado de cara! Em três outras coisas, não estou querendo aquele
dias já estava tocando com um violão de » Entre os violonistas, existe uma relação de som limpinho, com aquela unha limada
sete em um show com o Armandinho. amor e ódio por você. Como enxerga isso? com lixa 450. Não sou uma sala acústica,
Também não me importo com isso, tenho não estou esperando isso do instrumento.
» Você é o violonista mais popular do Brasil preguiça de violonista! (risos) É só você ir Quero que as pessoas continuem falando
da atualidade. Sente uma responsabilidade? a um festival de guitarra lá fora para ver mesmo o que elas quiserem.
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